Graffitti em Cidade Ocidental

O Projeto CDHH (Casa do Hip-Hop) é um projeto sério que surgiu a partir das experiências de seus mentores com o Movimento Hip-Hop. Eu, André Brito e Cláudio Chandelle, que, como a maioria das pessoas de Cidade Ocidental sabem, crescemos envolvidos com Break Dance, Funk Music, Rap Music, DJs, MCs e Graffitis.

Desde a década de 1980 que nos conhecemos e vivenciamos o surgimento do Hip-Hop como movimento de protesto e mudança social. Foi através dele que não sucumbimos às mazelas das ruas e nem nos deixamos levar pelas drogas e outros tipos de violência de que se acometem tantos jovens.
Nosso Projeto inclui cursos de Áudio-visual, Serigrafia, Inglês e vários outros. Mas nesse primeiro momento estamos nos dedicando a ensinar a dançar o Break Dance, Popping, e outros estilos.

Temos atuado também nas Artes Plásticas. Em 2006, enquanto lecionava Inglês e História da Escola Edson André de Aguiar, elaborei um projeto em conjunto com os alunos que visava amenizar os efeitos do vandalismo causado por alunos e não-alunos contra o patrimônio da escola. Durante cerca de oito meses, selecionamos desenhos e artistas para executarmos o projeto que culminou com um grande evento na escola que contou com a participação de todos alunos e professores na execução do mesmo. Como a repercussão do projeto foi muito boa, a Secretaria de Educação do município nos convidou para pintarmos o Ginásio de Esportes Ayrton Senna. A partir daí, a Cidade Ocidental não foi mais a mesma. Os moradores passaram a convocar os artistas para pintarem seus muros, trazendo uma nova cara para a Cidade, antes dominada pelas ações dos vândalos, levando inclusive, a Revista Nova Escola (Edição 197 de novembro de 2006, Editora Abril) a publicar matéria de capa sobre o projeto. A matéria tem como centro as aulas de história e inglês deste professor, que levava para a sala de aula discussões acerca da violência. Temas como Racismo também eram freqüentemente discutidos em sala de aula, tendo sempre como pano de fundo o Movimento Hip-Hop.

Falta de Incentivo

Mas, como nem tudo são flores (grafitadas é claro!), a Prefeitura, a mesma que ajudou, representada pela Secretaria de Educação, Cultura, Esporte e Lazer, não deu a mínima atenção à matéria publicada na Nova Escola. Não que Esperássemos qualquer crédito, mas os alunos da Escola sim. Seria um incentivo para continuarem com o projeto por conta própria. O que houve foi o sucateamento dos materiais doados à Escola, críticas por parte da direção que em suas palavras “achou feio” e atribuição do projeto a pessoas que nada tinham a ver com a arte.

Recentemente a Jornalista Conceição Freitas do Correio Braziliense procurou a Diretoria de Esportes de Cidade Ocidental para saber de quem era a autoria dos graffitis no Ginásio. Em atitude inédita, segundo apuração minha, responsáveis pela área informaram que “não sabiam” quem tinha feito a mencionada arte. Daí, Conceição deixou seus contatos para que fosse informada sobre a autoria para poder fazer a matéria. Devido a demora no retorno, ela foi pessoalmente ao ginásio, e encontrou outra pessoa que havia sido contratada para fazer “outras” pinturas.

O individuo, cujo nome não convém citar, assumiu a autoria de “todos” os grafites da Cidade, o que indignou os artistas. A matéria foi publicada com seu nome, Tremenda injustiça.

Contactada por mim, Conceição relatou aquilo que eu já havia apurado: ninguém sabia informar nada e ela foi atrás da pessoa errada. A jornalista lamentou o ocorrido. Nossa missão agora é tentar reparar esse erro através de outras atitudes na área do grafite.

Ginásio de Esportes

3 Comments

  1. bem, somos motivados todos os dias e a todo instante fazer a diferença.
    Quero motiva-ló a não desistir dos teus sonhos.
    Tem um coração bom e ações muito boas.
    Acredite que o resultado de todo este esforço chama-se ” sucesso”, espero que o seu seja bem grande.
    Abraços

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